6.1.15

Getting this SHIT right!

Douglas Coffone. Tenho um nome do meio, não se engane, eu só passei a assinar com o último há alguns anos - ele é bonito, ele soa legal, mas ele foi zoado por tanto tempo que eu aprendi a odiá-lo; agora, só tem orgulho. Ele é uma boa metáfora do meu eu que vos escreve. Dezoito anos, vadia, aparentemente faz as pessoas se apaixonarem mais do que deveriam, quase um falante de inglês. Iniciante de italiano, há! Ah, claro, sou meio químico-maluco-que-passa-raspando, mas juro que sou boa gente!
Apesar de eu saber tudo sobre vocês, não é como se vocês se quer tivessem ideia de como eu sou, né? Seria ironicamente louco se soubessem, trama digna de Moffat. Vamos lá:

Olá Sevvie de dezesseis anos. Hi pra você aí mais atrás, Douglas de dezessete. Como vocês estão? Eu tenho certeza que estão passando os dias brigando, chorando, se machucando, muito mais do que deveriam e muito mais do que vivendo. Isso é uma pena. Você tem todo o direito de viver, sorrir, sair; dançar, cantar, desenhar, jogar. Seus erros não são quem você é. Sua falta de habilidades não é quem você é. Seu corpo não é quem você é. Não é discurso piegas, não é discurso de quem fala isso agora e, amanhã, some da sua vida. Estou apenas dizendo a mais pura verdade - o que se tornará a nossa verdade! Você não é nada disso separadamente, você é um ser humano complexo com a mistura disso tudo. Erra, erra pra caralho, mas acerta também. Você é gentil, você é solícito, você é divertido, você é engraçado, você é bonito e seu cabelo é surreal. Você é irritante, você é arrogante, você é possessivo, você é ciumento, você é chato. Tenha noção disso tudo, não é fácil lidar, eu sei! Quanto mais você se esforçar, mais trabalhar o amor próprio, até adquirir uma maior auto compreensão, mas manter certa rigidez consigo mesmo (pelos erros), mais feliz você ficará.  
Só, por favor, cresça! Sim, eu falei isso mesmo! Engole o choro e vê o quão dramático você está sendo (algumas vezes em situações que até você mesmo quer parar, mas continua por razão nenhuma). Não espere das pessoas alguma coisa, principalmente se nem você se dá isso. Como você pode querer amigos e companhias pra saídas se você não é essas coisas pra si mesmo? Não se odeie. Eu estava quase digitando “por estar sozinho”, mas o odiar passará a ser um verbo intransitivo pra nós, quaisquer que sejam as definições pra língua portuguesa. amar também vai entrar nessa conta: ame. Amar trás sofrimento, muito mesmo. E você vai aprender a lidar com isso, tem que aprender. Algumas coisas, como já bem viu, demoram anos pra passar, doendo pouquinho a cada dia. Te dando travas e medos.  Elas passam.
Outras doem tanto que seu coração aperta, você fica sem ar, você não sabe o que fazer, você só pensa nisso todos os segundos; e, até mesmo os segundos que você tenta se colocar em paz, tu sofre. tu sofre porque lembrar de parar de sofrer também é lembrar do porquê está sofrendo. Doi quando você olha qualquer coisa, doi qualquer data. Porque tudo tem significado. Elas passam. Você nem vai entender como você sofreu tanto por sujeito x ou y, mas você vai carregar marcas também. A dor é assim. A dor doi, doi, doi, doi, até não doer.

Eu tenho consciência que o último post foi há alguns meses apenas, mas, nesse meio tempo, eu me perdi de mim mesmo. (uma dor muito pior). Nesse meio eu tive que me achar, me resgatar e me virar. Então, eu aprendi. E se tem uma coisa que eu aprendi é: não importa as circunstâncias, não importa as pessoas, fique do seu lado. Se ame, se cuide, se divirta.

Acredite, você vai amar ver o mundo sob essa perspectiva. você vai se amar.

Douglas Coffone,
seis de janeiro de dois mil e quinze
penha
rio de janeiro
brasil

p.s.: eu resolvi escrever esse post em resposta como um todo para as minhas postagens aqui feitas nos últimos dois anos. Não soube identificar exatamente o porquê dessa vontade, mas acredito ser porque eu sempre… esperei que as pessoas, conhecidos e amigos, fossem capaz de responder minhas angústias. Quando as respostas vinham, elas nunca eram 100% satisfatórias. Agora eu tenho uma resposta.
p.s.: pensei algumas vezes antes de postar por medo de “estragar” o período de tempo em que meu blog ficou parado, porque eu acho isso artisticamente bonito, de verdade. no entanto, resolvi que seria melhor me responder. dar um ponto final nesse blog feito nos dramas, problemas e crises de um adolescente em formação. então, tchau e até logo!